Todos sabemos que o Brasil amarga uma crise sem precedentes. Estamos assistindo a queda constante de receita e recursos no poder público, dificultando a manutenção de serviços e execução de obras. E pior, o crescimento assustador do desemprego. Mesmo diante desses fatos expressivos, vimos nesta semana uma tomada de decisão na câmara dos deputados que entristece e envergonha o país.
Um acordo dos líderes partidários possibilitou a votação de projetos de leis que tratam de reajustes de servidores públicos. Aumento de salário para 16 categorias, entre as quais Judiciário, Ministério Público da União, ministros do Supremo Tribunal Federal e procurador-geral da República, servidores da câmara dos deputados, do Senado e do poder executivo. Como exemplo, o salário de um ministro que passa de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
Num momento de intensa crise é apropriado e justo aumentar os salários daqueles que mais e melhor recebem? O custo desses reajustes para o país será de R$ 1,1 bilhão. Dinheiro que poderia ser usado na saúde pública ou educação. Dinheiro que poderia colocar hospitais em funcionamento, dinheiro que poderia salvar vidas.
É preciso que o eleitor tente imaginar quanto significa esses aumentos. Ninguém que está sendo beneficiado com esses reajustes ganha R$ 500,00 ou R$ 1.000,00. São salários de R$ 10, 15, 20, 30 mil. E é importante também tentar mensurar quanto é esses R$ 1,1 bilhão a mais todo ano. Quem vai pagar essa conta? Eu, você, o cidadão brasileiro que paga seus tributos.
Esse é um Brasil que nos deixa tristes. Quando os deputados aprovam projetos dessa natureza certamente não estão pensando nenhum pouco naquela família que dia após dia trabalha para garantir o sustento da casa e dos seus filhos. Devem estar pensando somente no que eles podem ter de benefício amanhã ou depois. Triste!