Num passado recente vimos o humorista Tiririca ser o campeão de votos para a câmara dos deputados do Brasil. Em novembro último, o comediante Jimmy Morales venceu a eleição presidencial na Guatemala. Nos Estados Unidos, o polêmico Donald Trump vence todas as prévias para ser o candidato a presidente entre os republicanos, enfim, são sinais de que muita coisa mudou no meio político e, principalmente, na cabeça do eleitorado.
O desafio é justamente entender que sinais são esses e qual a motivação para eleger e dar poder a pessoas que em tese não têm o mínimo de experiência e conhecimento das funções para qual estão sendo projetados.
Na votação que iniciou o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff, mais de 500 deputados usaram o microfone e depois foram motivo de “chacota” nacional. “Para minha mãe, para o meu pai…”. Na sequência, Waldir Maranhão, o novo presidente do parlamento que no café da manhã anula o impeachment e depois no jantar anula sua própria decisão. Demonstração de que há pessoas em funções importantes do país sem condição mínima para tal.
Por isso vale o questionamento sobre a importância e a responsabilidade do voto. O eleitor precisa ter consciência de que essas pessoas só estão onde estão pela escolha popular. E são eles que fazem apontamentos, sugestões e tomam decisões sobre o futuro de muito que acontece no país. Acontece que nem todos decidem olhando para o bem geral da população, mas sim para o benefício próprio e dos seus grupos de interesse.
Cada vez mais o cidadão é responsável pelos seus atos. Num país democrático como o Brasil, a liberdade de escolha tem relação ainda mais expressiva com a consequência do que ela pode reproduzir.