O país acordou ontem com a queda da presidente Dilma Rousseff. Após votação no Senado ela está oficialmente afastada pelo período de 180 dias. O impeachment de Dilma é resultado de uma soma de fatores e o motivo legal é das pedaladas fiscais. No entanto, o que de fato derrubou a presidente foi o escândalo de corrupção instalado no governo federal, escancarado pela operação Lava Jato.
Membros do Partido dos Trabalhadores (PT), não generalizando, erraram a mão, deixaram o poder subir a cabeça, se colocaram acima do bem e do mal, brincaram com as instituições e agora, arcam com as consequências. Alguns presos, outros investigados, e outros manchados politicamente. Há outros partidos também nesta seara.
O escândalo de corrupção proporcionou ao país um acúmulo consecutivo de recessão já considerado como o maior da história do Brasil. O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o país mergulhou numa recessão profunda e cita a crescente taxa de desemprego e o aumento da dívida pública.
O afastamento de Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer na direção do país é sinal de um recomeço. Para muitos é apenas um sonho, pois acreditam que o vice-presidente não terá vida fácil e vai ser pressionado pelos partidos como também foram outros presidentes. Além disso, é uma incógnita o PMDB no poder.
O sonho do recomeço se inicia com a necessidade de reformas estruturais e institucionais e da retomada da confiança internacional e do crescimento. Mas Michel Temer tomará as medidas certas? Vai compor uma equipe capaz de defender o país e não os interesses políticos partidários? Fará os cortes e ajustes tão importantes para enxugar custos e evitar desperdícios? Punirá atos de corrupção e desmandos? São questionamentos que precisam se manter na pauta do país. Não basta apenas mudar o presidente, é necessário muito mais do que isso. O futuro, no curto espaço de tempo, vai mostrar isso.