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2024

Coleta de lixo na região exige cada vez mais atenção das prefeituras

No município de Piên, coleta de lixo é realizada por empresa terceirizada/Foto:O RegionalO tema meio ambiente tem se tornado cada vez mais urgente e estratégico. Os conflitos entre progresso e conservação pedem atenção e devem encaminhar-se para a sustentabilidade e a conscientização ambiental. Com o desenvolvimento das cidades e o crescimento populacional, surge um assunto de muita importância: a coleta de lixo.
Uma prova disso foi que o assunto estava na pauta da última reunião da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), na Lapa. As cidades precisam avançar em campanhas de redução de lixo, como vem ocorrendo neste ano em Curitiba, que vem sendo seguida por algumas outras cidades. Os debates da destinação do lixo se intensificaram desde o fechamento do aterro da Caximba há quatro anos e chegou-se a cogitar, inclusive, a implantação de uma usina de reciclagem em Mandirituba. Do suleste paranaense, atualmente, a maior parte das cidades tem seu lixo levado para aterro sanitário em Fazenda Rio Grande.
Em cidades como Piên, a coleta é terceirizada. Na área urbana deste município, a coleta é feita durante a semana para o lixo orgânico e nos sábados para o lixo reciclável. Nas demais comunidades, a coleta, tanto do reciclável como do orgânico, é feita em um só dia, mensal ou quinzenalmente. O lixo reciclável é levado para catadores, mas segundo a Secretaria de Meio Ambiente, esses já não dão conta da demanda e não dispõem de local apropriado para armazenar o material; então a prefeitura está em busca de soluções. Outro problema é a não colaboração da população no que diz respeito à separação e embalagem do lixo. “As caixas que existem em algumas comunidades por vezes estão até a metade de lixo solto. Isso atrapalha o trabalho de coleta. Um dia acompanhamos o serviço e, minutos depois da limpeza em uma caixa ser realizada, uma senhora já estava jogando lixo solto novamente”, diz Cristiane Abuda, técnica em meio ambiente.
Em Contenda, a coleta é feita pela própria prefeitura com um caminhão compactador. Como em outros municípios que fazem parte do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol), seu lixo orgânico é levado até um aterro em Fazenda Rio Grande. O material reciclável é recolhido por outro caminhão e entregue a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Contenda (ACMRC). Em Agudos do Sul, a coleta do lixo orgânico é feita pela mesma empresa que faz o trabalho em Piên, mas a de recicláveis é feita por catadores do município que vendem o material para um pequeno empresário que trabalha com reciclagem.
Já em Rio Negro existe uma parceria entre a prefeitura e a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Negro (ACMRRN), que também faz a coleta dos recicláveis no interior do município, sendo avisados pelas associações de moradores de quando existe material para buscar. O orgânico é recolhido por uma empresa terceirizada e levado para o aterro sanitário de Mafra. Na Lapa, a coleta de rejeitos é terceirizada e a seletiva é feita em conjunto com a prefeitura, que tem um caminhão para esse serviço. Os recicláveis são levados até a ReciLapa, onde é feita a separação e a prensagem para posterior venda.
Quitandinha tem avançado bastante neste tema. A coleta de todo material é feita pela própria prefeitura com um caminhão baú. O orgânico é enviado para o aterro sanitário da Fazenda Rio Grande, enquanto os recicláveis são enviados à Associação de Coletores de Materiais Recicláveis de Quitandinha (Acomar). A associação também recebe subsídio por parte da prefeitura, investimento justificado se for levado em consideração que o trabalho de coleta da cidade é referência. Além disso, Quitandinha é pioneira na expansão da coleta para o interior. “Há alguns anos, em uma pesquisa feita, Quitandinha estava entre os 11 dos 399 municípios do Paraná que atendiam 100% da população”, diz o gerente de planejamento, Gerson Rogoski. “Abrigos para o depósito de lixo feitos de materiais recicláveis foram espalhados pelas comunidades para serem pontos de coleta para o interior,” completa.
Custos – Além de toda a questão ambiental e prática, existe mais uma que pesa nessa discussão: os custos. Agudos do Sul gasta em torno de R$ 19 mil por mês com a coleta. Em 2013, segundo dados da prefeitura, Piên gastou R$ 396 mil com a coleta de lixo, sendo que R$ 54 mil saíram do bolso dos munícipes através da taxa do lixo. “Lutamos para diminuir a quantidade de lixo produzida no município, o que diminuiria o valor gasto. Se a população se conscientizar, quem ganhará é ela própria”, diz o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Jozoel Lesniovski. Na Lapa, o custo mensal é de cerca de R$ 25 mil mensais. Não existe taxa de cobrança junto aos moradores, quem faz o pagamento da empresa é a prefeitura.

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