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Vereador e servidores de Contenda são afastados por fraude na fila do SUS

Operação realizada nesta semana no município resultou no afastamento de sete pessoas de suas funções. Foto: Arquivo/O RegionalUma operação realizada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) desarticulou na última sexta-feira uma quadrilha que estaria atuando em um esquema de fraude na gestão da fila de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Contenda. Um vereador e outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções e estão sendo investigados.

De acordo com o promotor da 1ª Promotoria de Justiça da Lapa, Eduardo Henrique Germano, as investigações tiveram início após uma denúncia de um morador, que apresentou gravações em áudio e também nomes de algumas vítimas. As irregularidades aconteceram entre os meses de abril e agosto, quando os pacientes que aguardavam por procedimentos no SUS eram procurados pelo vereador, o qual era o responsável por oferecer estes serviços a serem realizados em um curto espaço de tempo mediante o pagamento de um valor. Quem aceitava participar deste esquema, era encaminhado ao ex-vereador e chefe do Setor de Transporte Sanitário da Secretaria Municipal de Saúde, que encaminhava toda a documentação. Junto a dupla, atuava ainda um médico no fornecimento de guias de encaminhamento e quatro servidoras do setor da Saúde, as quais faziam o agendamento com os hospitais.

Segundo a promotoria, a quadrilha cobrava conforme o procedimento médico a ser realizado. “As vítimas relataram o pagamento médio de R$ 200,00 para consultas e exames. Já para cirurgias e outros processos clínicos o valor era consideravelmente maior”, detalha o promotor, salientando que este ato de corrupção já foi registrado em outras cidades do Paraná. “Todo este sistema funcionava com agilidade e de forma bastante organizada. Lamentavelmente, muitas pessoas que não tinham condições de pagar esta propina tinham que aguardar uma espera de anos pelo atendimento no SUS”, relata. Durante a operação, os policiais encontraram na residência do vereador duas armas de fogo, sendo dada voz de prisão em fragrante por posse ilegal.

De posse desta denúncia, todos os servidores envolvidos e o vereador tiveram determinado o afastamento de suas funções, além da apreensão de celulares e de estarem proibidos de ficar a menos de 200 metros dos prédios da prefeitura, da câmara de vereadores e do hospital de Contenda. “Estamos apurando o envolvimento de mais pessoas, por isso, os celulares de todos os suspeitos irão passar por perícia. Até o final de janeiro, todo processo deverá ser concluído e encaminhado para o juiz”, estima o promotor, que deverá oferecer denúncia aos envolvidos pelos crimes de concussão, corrupção passiva e formação de quadrilha.

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