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Taxas de reprovação nos anos iniciais têm queda na região, aponta Inep

Contrariando os altos índices, Quitandinha tem baixos percentuais de reprovação nos anos finais e ensino médio. Foto: Arquivo/O RegionalO Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, na última semana, os dados referentes ao rendimento escolar – aprovação, reprovação e abandono – coletadas pelo Censo Escolar 2018. Nacionalmente, o levantamento aponta para uma tendência de melhora nas taxas, sendo que tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio, diminuiu a reprovação, a aprovação melhorou, e o abandono manteve-se em queda ou estável.

No suleste paranaense, considerando apenas as taxas relacionadas à reprovação escolar, a melhora no índice ainda é um desafio para os anos finais do ensino fundamental e no ensino médio nas instituições de ensino. O balanço mostra que, em comparação a 2017, a taxa de reprovação nas séries iniciais teve uma queda em oito municípios pesquisados, enquanto que nos anos finais, a baixa foi constatada em apenas quatro cidades. No ensino médio, cinco municípios tiveram quedas na taxa de reprovação e outros cinco, elevação.

Rio Negro é uma das cidades com o menor percentual de reprovação nos anos iniciais, onde a taxa ficou em 0,8 no ano passado. De acordo com a secretária de Educação do município, Jussara do Rocio Heide, a diminuição no índice não é uma ação pontual ou a curto prazo, demandando de planejamento, estratégias e projetos que a rede deve executar para garantir a qualidade do ensino ofertado nas unidades escolares. “Nesta ótica, podemos elencar as principais ações que a rede municipal tem desenvolvido, como diagnóstico inicial e bimestral, contra turno escolar, centro de avaliação diagnóstica, acompanhamento de frequência escolar e formação continuada dos profissionais”, explica a secretária, detalhando que, embora seja um percentual baixo, os maiores índices de reprovações vêm acontecendo no terceiro ano. “Neste período finaliza-se a etapa da alfabetização onde alguns alunos necessitam de um tempo maior para que esta se consolide. Na rede municipal de Rio Negro, procuramos esgotar todas as possibilidades existentes antes da decisão de uma reprovação e, quando esta é necessária, é feita após análise da escola, equipe do Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação, Centro de avaliação diagnóstica, culminando com uma reunião com as famílias”, conclui.

A pedagoga e secretária municipal de Educação de Piên, Norilda Grossl Sacht, reforça que a reprovação é a última das decisões tomadas por uma equipe escolar. “Antes de reprovar um aluno, é analisado todo o seu histórico escolar e desempenho acadêmico, não só no ano letivo em que se encontra. Sempre que o professor verifica que um aluno não está tendo um bom desempenho, de imediato a família é comunicada e, a partir de então, necessitamos que haja um diálogo constante, pois a escola sozinha não dá conta de toda a demanda. Há muitos casos em que as crianças são encaminhadas para especialistas a fim de que sejam diagnosticadas. A partir do diagnóstico, o aluno é encaminhado para a sala de recursos”, explica Norilda, apontando as consequências na vida escolar de uma criança que é reprovada. “A reprovação escolar tem que ser vista com muito cuidado, pois para uma criança pode ser uma nova oportunidade de aprender, para outra pode ser um trauma incalculável. Por isso, é preciso analisar cada caso, a idade da criança é um fator relevante e tudo o que for necessário fazer para que não haja defasagem de idade e série é preciso ser feito”, detalha.

Ainda conforme a secretária, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e o auxílio da família são pontos de extrema importância para reduzir os índices de reprovação. “Muitas crianças precisam de uma atenção maior, tanto por parte da professora de sala de aula, como também de atendimentos psicológicos e psicopedagógicos, além do envolvimento da família na vida escolar da criança. A educação de nossas crianças é um desafio diário, precisamos estar em constante aperfeiçoamento por meio de cursos, leituras e na busca interminável pelo conhecimento, pois a cada tempo surgem novos diagnósticos e novas condutas. Em contrapartida, as famílias precisam se aproximar mais do espaço escolar e estar a par do desempenho de seus filhos. Temos que olhar para todos os alunos e ao mesmo tempo para cada um, pois cada criança é única no seu modo de aprender”, finaliza.

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