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Suspensão das aulas e das viagens impacta sobre o setor de transportes

José Arnaldo relata que as condições dos empresários do ramo estão difíceisCom a suspensão das aulas e de todas as atividades ligadas ao turismo, as empresas de transporte tiveram uma grande desaceleração. Sem ter uma previsão de normalização, muitos empresários tiveram que adotar medidas de contenção e até mesmo buscar novas alternativas de renda.

Atuando no segmento do transporte há mais de 15 anos com a empresa Rio D’Ouro, o quitandinhense José Arnaldo Cordeiro Filho relata que está com as atividades suspensas desde março. “Contamos com uma frota de 12 veículos, realizando a linha escolar e popular. Infelizmente, todas as atividades estão paralisadas, seja pela interrupção das aulas ou mesmo pelas pessoas evitarem utilizar o transporte coletivo, deixando-o sem condições de operação neste momento”, relata.

Para não demitir funcionários, a empresa aderiu ao plano do governo federal que custeia parte do salário. “Isso tem auxiliado a enfrentar esta situação muito delicada, ainda mais porque no começo do ano realizamos manutenções em todos os veículos e contávamos com os valores que seriam recebidos neste período para custear esta despesa”, pontua José, que tem realizado serviços como pintor para amenizar os impactos. “Esta foi a minha profissão anterior e que tem ajudado neste momento”, ressalta.

Com mais de 20 anos de dedicação neste ramo, quem também passa por dificuldades é a empresa MCCM Transportes, de Mandirituba, que está atuando com cerca de 25% do faturamento esperado. “Começamos o ano com uma boa expectativa, inclusive, adquirindo veículos novos. No entanto, com a suspensão das aulas, tivemos a interrupção do transporte escolar”, conta o empresário Murilo Cândido Chemim Machado.

Sem o transporte escolar, a empresa também teve o cancelamento de todas as viagens ligadas ao turismo. “Mensalmente, eram realizadas cerca de 50 excursões para shows, passeios e outros eventos, os quais não estão mais sendo promovidos. A única fonte de renda atual é que algumas empresas estão prosseguindo com o transporte de funcionários”, comenta Murilo, que também procurou renegociar com fornecedores. “Todos nós estamos em uma situação muito complicada e precisamos ceder para que possamos ter o mínimo de impacto possível”, enfatiza.

Uma das grandes preocupações das empresas é a instabilidade do momento e o fato de não ter uma previsão de quando as atividades possam retornar ou de que forma isso vai acontecer.

Linha de crédito – Para auxiliar os micro e pequenos empresários motoristas de vans e ônibus prestadores de serviço, o governo do Estado estabeleceu uma linha de crédito especial com os mesmos requisitos da Paraná Recupera, que terá análise cadastral simplificada e apenas aval do proprietário ou dos sócios como garantia, sem cobrança de tarifa. Os valores serão liberados em parcela única, com taxas de juros de 0,40% ao mês, tendo carência de nove meses para começar a pagar e liquidar as parcelas em 36 meses. A contratação pode ser feita nos agentes de créditos correspondentes ou ainda no portal www.fomento.pr.gov.br. Os limites de crédito serão determinados conforme a condição do empreendimento, como tempo de formalização e porte.

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