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Profissionais reforçam necessidade de inclusão da pessoa com autismo

Durante este mês, diversas ações buscam promover a conscientização para o acolhimento do autista. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Durante o mês, a campanha Abril Azul conta com ações para promover a conscientização e ampliar o debate sobre o tema

Ao longo deste mês, por meio da campanha Abril Azul, atividades de órgãos públicos e privados buscam promover a conscientização e ampliar o debate sobre o autismo. No último dia 2 de abril, foi celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de mostrar à sociedade informações sobre esta condição.

O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é considerado um distúrbio do neurodesenvolvimento, que acomete o desenvolvimento infantil e que gera alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social e mudanças no comportamento, podendo ser identificado entre os 12 e 24 meses de idade, e tendo a classificação em três níveis diferentes: o nível 1 (leve), o nível 2 (moderado) e nível 3 (severo). No Brasil, apesar de números incertos, estima-se que são 2 milhões de pessoas com Transtorno, enquanto apenas nos dez municípios do suleste paranaense, conforme dados coletados junto às Secretarias de Educação, esse número ultrapassa a casa de 750 pessoas diagnosticadas.

A psicológoca Deisy Rafaeli Gonçalves e a assessora pedagógica responsável pela Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Quitandinha, Inês de Almeida Kolachinski, detalham que a condição pode se caracterizar por meio de prejuízos na comunicação, na interação social, padrões de interesses e comportamentos repetitivos. “O TEA é marcado, principalmente, por dificuldades na comunicação social, como dificuldade no contato visual; interesses restritos por objetos e fenômenos; e também pela ocorrência de comportamentos repetitivos e estereotipados, como estereotipias motoras, movimentos repetitivos com o corpo ou com as mãos. Vale ressaltar que, como a própria sigla do transtorno demonstra, não se deve abordar ou determinar uma forma de autismo, mas considerar um espectro, com singularidades, níveis e quadros diferentes pois as características não são iguais para todos”, afirmam.

Ainda segundo as profissionais, é essencial o diagnóstico preciso para auxiliar no acompanhamento e tratamento da pessoa. “O diagnóstico do TEA é essencialmente clínico, deve ser acompanhado por especialistas, como neuropediatra e psiquiatra infantil. E é um processo realizado por meio de observações do comportamento, utilização de instrumentos específicos, entrevista com pais e escola, relatórios de equipe multidisciplinar, que possibilitarão a constatação de atrasos ou dificuldades no desenvolvimento. O tratamento se dá por meio de acompanhamento multidisciplinar especializado, de acordo com as especificidades de cada caso, visando oportunizar um melhor desenvolvimento. Entre as principais indicações estão a psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, pedagogia, entre outras”, complementam.

A diretora da Escola Municipal de Educação Especial Tia Apolônia, de Rio Negro, Marcia Ciola, explica que a instituição oferece atendimentos em variadas especialidades para acolher os alunos diagnosticados com autismo. “A Escola Tia Apolonia, na modalidade de Educação Especial, oferece atendimento de psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, professores especialistas e equoterapia, através do convênio com a empresa Sonho Meu”, comenta Marcia, reforçando o papel da família no cuidado com a pessoa autista. “A família exerce um papel fundamental, no cuidado e desenvolvimento de qualquer criança. Atualmente, não há cura para o autismo, mas a intervenção precoce pode melhorar o desenvolvimento infantil e o grau do autismo. Os pais podem ajudar muito no tratamento, é fundamental manter vínculos entre familiares e profissionais envolvidos, para que as propostas de tratamento estejam direcionadas de acordo com as necessidades de cada criança, para saber como lidar com sintomas e as adaptações que podem ser necessárias na rotina da família e favoreçam o seu desenvolvimento. A família deve comemorar cada conquista, sempre com muito amor e carinho”, enalteceu.

Maria reforça ainda a importância do acolhimento e inserção da pessoa com autismo junto à sociedade. “Informação é tudo e o Dia Mundial da Conscientização do Autismo tem o objetivo de divulgar informações e enfrentar os preconceitos que existem em relação às pessoas com autismo. Pesquisas nos EUA mostram que 1 em cada 44 crianças tem autismo. Pensando nessa pesquisa, há autistas em todos os lugares e cada vez mais os seus direitos devem ser respeitados e a sociedade deve contribuir para que isso aconteça. O conhecimento é fundamental para que haja respeito e compreensão. A melhor forma de agir com um autista é exatamente igual a com qualquer pessoa, com educação, respeito e empatia”, conclui.



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