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Paraná reforça estrutura hospitalar para atender os casos do coronavírus

Governador ressaltou que o Paraná está se estruturando para atender todos os cenários que a pandemia poderá causar. Foto: Rodrigo Félix Leal/AENCom milhares de mortes e de pessoas infectadas em todo o mundo, o novo coronavírus vem causando um grande colapso na saúde pública mundial. Diante de um cenário preocupante, o governo do Estado reforçou o planejamento para garantir o suporte médico-hospitalar aos pacientes. Na manhã de ontem, o governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou a estrutura que o Paraná dispõe e como seguirá o atendimento.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, serão ativados mais de 317 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 731 leitos de enfermaria em hospitais de todo o estado. “Esta estrutura estará disponível em dez dias e se somará aos 3.603 leitos de atendimento especializado já existentes em 60 hospitais de referência, públicos e particulares, espalhados pelo Paraná”, destaca o secretário de Saúde, Beto Preto. Caso o quadro epidemiológico exija novas medidas, o Estado garante ter condições para mais contratações nos próximos 90 dias. “O número de novos leitos em UTI pode saltar para 680 e para 1.611 novos leitos em enfermaria. Temos números superiores na conta de UTIs a países da Europa, como a Itália”, enfatiza Beto Preto.

Segundo o governador Ratinho Junior, o Paraná tem capacidade para atender com qualidade os pacientes do novo coronavírus. “Estamos tomando todos os cuidados e nos preparando para enfrentar da maneira mais estruturada possível esta pandemia. Por isso, focamos na ampliação da rede de leitos, principalmente para aqueles que demandarem de atendimento na UTI”, salienta o governador, enfatizando que Estado manterá o planejamento de ações de enfrentamento a doença e a política de isolamento social. “Estamos seguindo exemplos de países como a Coreia do Sul, Cingapura e Alemanha que conseguiram minimizar o impacto do Covid-19”, comenta.

Durante a entrevista, governador e secretário apresentaram mais detalhes sobre o modo operante que o Estado irá implantar. Confira mais informações abaixo.

Cenário

A Secretaria da Saúde montou três cenários para estruturar ainda melhor a rede de atendimento hospitalar no Estado. Eles levam em consideração o número dos casos e as avaliações diárias dos técnicos das redes estadual e municipal.

A primeira ação é imediata e prevê contratação de 317 leitos de UTI (adulto) e 731 leitos de enfermaria em até dez dias. Serão utilizados 22 hospitais de referência nas macrorregiões que atendem todo o Estado.

A segunda etapa, considerando um aumento nos casos, pode ser ativada em até 45 dias e prevê mais 188 novos leitos de UTI e 450 novos leitos de enfermaria, para atender municípios menores.

A terceira trata de um cenário pessimista e pode começar em até 90 dias com mais 180 leitos de UTI e 430 novos leitos de enfermaria. Apenas entre leitos de UTI para adultos pode haver aumento de mais da metade dos 1.315 existentes do Estado.

Estimativa

Segundo Beto Preto, as equipes técnicas da saúde trabalham com a estimativa de dez mil casos no Estado, mas a estrutura está desenhada para a hipótese de até 30 mil registros. Ele sustentou que de 15% a 20% dos infectados serão internados, em média. “Um terço poderá passar pela UTI. Ou seja, estamos preparados para todos os cenários”, afirmou.

O secretário frisou que toda a estruturação conta com recursos do Tesouro Estadual, do governo federal e de verbas que estão sendo liberadas pela Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, além do Tribunal de Contas e Ministério Público.

Outros pontos

A Secretaria de Saúde também planeja reforçar o atendimento de ambulâncias e de veículos para pacientes de cidades menores, e já estabeleceu planejamento para que casos graves sejam transferidos imediatamente para centros maiores. Atualmente a rede de transporte é composta por 200 ambulâncias do Samu, 89 do Siate e veículos menores das prefeituras.

O Governo do Estado também prepara um edital de chamamento público para adquirir temporariamente leitos de hotéis para trabalhadores da Saúde. Num primeiro momento, serão contempladas cidades como Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Essa medida se somará às parcerias já existentes com a rede hoteleira.

Segundo o secretário da Saúde, os técnicos também avaliam diariamente a necessidade de dispor de hospitais de campanha, a depender da evolução da Covid-19. Nesse momento, no entanto, o modelo está num plano mais distante.

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