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Pais devem monitorar filhos durante o acesso à internet, alerta psicóloga

Aline e Handrey redobraram a atenção com os vídeos acessados pela filha Heloísa. Foto: Arquivo/O RegionalEm um mundo incessantemente marcado pelos avanços tecnológicos e pela expansão da internet, é comum encontrar crianças e adolescentes navegando nas redes e, muitas vezes, tendo acesso a conteúdos considerados perigosos e inadequados.

Nesta semana, foi grande a repercussão atribuída a imagens que estariam circulando pelas redes sociais informando sobre a existência de vídeos na plataforma YouTube Kids em que a figura da boneca ‘Momo’ instruía as crianças a se matarem cortando os pulsos, utilizando facas e lâminas. Diante desta situação, pais de todo o Brasil e do resto do planeta demonstraram preocupação quanto à segurança dos filhos ao se conectarem à rede mundial de computadores.

Exemplo disso foi o casal Aline e Handrey Schreiner que precisou intensificar os cuidados para que a pequena Heloísa, de cinco anos, não tivesse acesso ao conteúdo disseminado. “Soubemos da Momo e conversamos com ela, que ficou assustada e com medo. Então, proibimos que a Heloísa usasse o celular até que pudéssemos apurar a veracidade e do que se tratava o vídeo”, contam os pais, que sempre acompanham o que a menina pesquisa na internet. “Nossa filha já sabe colocar vídeos e jogos no celular e nós orientamos e indicamos os conteúdos infantis e educativos, que são apropriados para a idade dela. Buscamos estar sempre presentes para evitar qualquer tipo de exposição ao que não é correto”, afirmam.

Ainda conforme o casal, é necessário impor alguns limites no acesso à internet para não prejudicar a vivência da infância. “A internet tem seus benefícios, mas um dos pontos negativos é que pode acabar afastando de brincadeiras tradicionais, como boneca, por exemplo. Portanto, estabelecemos os horários permitidos para que nossa filha possa acessar a internet, sem prejudicar seu desenvolvimento enquanto criança”, finalizam.

A psicóloga escolar Helen Cristiane Siqueira Domingues ressalta que há vários estudos que apontam que a exposição excessiva a eletrônicos pode ser prejudicial ao desenvolvimento das crianças, adolescentes e até mesmo para os adultos. “Um estudo realizado pela Faculdade de Educação da Unicamp concluiu que as crianças de oito a 12 anos que usam aparelhos eletrônicos por um tempo de quatro a seis horas, tempo maior do que dispõe para brincar no “mundo real” e interagir com outras crianças, apresentaram problemas de aprendizagem escolar. Isso afeta o ritmo de construção do desenvolvimento cognitivo, de noções lógico-elementares, as capacidades que eles precisam ter para aprender bem o conteúdo ensinado na escola”, explica.

Segundo a profissional, o acompanhamento dos pais é uma das principais ferramentas de proteção. “Moderação e monitoramento dos responsáveis são essenciais para que o uso dos eletrônicos contribua positivamente para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Existem programas de bloqueio de determinadas páginas e conteúdos impróprios para certas idades, porém, a estratégia mais eficaz de proteção é estar presente e acompanhar o uso. Como sabemos, no caso de adolescentes que já possuem seus próprios celulares e demais eletrônicos, a dica de ouro é dialogar, orientar, conversar claramente é sempre o melhor caminho, principalmente para evitar que faça postagens da sua rotina diária e interações com pessoas estranhas em redes sociais para evitar situações criminosas, como por exemplo, sequestro, abuso sexual ou até mesmo bullyng virtual”, finaliza.

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