quinta-feira, 28
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março
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2024

Pais devem estar atentos aos sinais para identificar crianças autistas

Miguel recebe todo o carinho e atenção dos pais Wilson e Mayara. Foto: Arquivo/O RegionalO autismo, condição que afeta milhares de crianças em todo o mundo e uma realidade que vem crescendo em diversas famílias, é um assunto que ainda gera dúvidas e questionamentos na sociedade. Na última segunda-feira, foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização Mundial da Saúde, visando conscientizar a população e estimular o debate e compreensão para o convívio com esta condição.

Um levantamento realizado pela reportagem junto às secretarias municipais de Educação aponta que, somando os dez municípios do suleste paranaense, são cerca de 230 alunos da rede municipal de ensino diagnosticadas com autismo, mas há outros casos em investigação. “O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. No momento, não há cura, mas há pesquisas sobre o cérebro para buscar novos tratamentos. É uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento.”, explica a psicóloga escolar da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Quitandinha, Helen Domingues.

Segundo Helen, os pais geralmente são os primeiros a notar os sinais do autismo, bem como professores e demais profissionais que acompanham a criança nos anos iniciais de sua vida escolar. “Os primeiros sinais que podem ser apresentados são: aproximadamente aos 6 meses de idade não sorri ou tem expressões alegres; aos 9 meses não responde às tentativas de interações feitas pelos outros e não busca a interação. Aos 12 meses, não balbucia ou se expressa, não responde ao seu nome quando chamado, parecendo ter comprometimento da audição, não segue com o olhar gestos emitidos por outras pessoas, enquanto que aos 18 meses não fala palavras, não expressa, para pedir algo que queira, não aponta, leva o adulto ou ele mesmo vai até o objeto. Aos 24 meses, o desenvolvimento da linguagem parece diferente, não fala frases de duas palavras que não sejam apenas imitação ou repetição, faz movimentos repetitivos sem motivo aparente, costuma mexer com os dedos das mãos de forma peculiar”, detalha.

Por fim, a profissional aponta a importância e necessidade do diagnóstico. “É imprescindível que a avaliação e diagnóstico sejam realizados por uma equipe multidisciplinar, ou seja, uma equipe formada por vários profissionais que atuam em áreas diferentes, mas que se completam: pediatra, psiquiatra, neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, que devem prescrever e orientar o tratamento. O diagnóstico é feito com base na observação do comportamento e testes educacionais e psicológicos, sendo necessária a utilização de instrumentos padronizados”, finaliza.

Mayara e Wilson Nenemann Jr. são casados há sete anos e há seis anos foram agraciados com a chegada do Miguel. O pequeno foi diagnosticado com autismo no ano passado, mas a procura pelo laudo iniciou muito cedo. “O Miguel tem acompanhamento médico desde o três anos de idade. A descoberta da possibilidade dele ter o autismo foi a partir de uma reportagem veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, que abordava sobre o assunto. Das dez características apresentadas por uma criança autista, o Miguel se encaixava nas dez. Foi então que iniciamos a busca por auxílio médico”, contam os pais, apontando que conforme ia crescendo, a criança ficava mais agitada e, algumas vezes, agressiva. “Ao longo do tratamento, o Miguel teve acompanhamento de psicóloga, psicopedagoga, fonoaudióloga e neuropediatra”, explicam.

A descoberta do autismo, conforme aponta o casal, trouxe um pouco de medo e insegurança, por ser algo ainda desconhecido. “O que dizemos aos pais é que contem sobre seu filho autista para os familiares e grupo de amigos, porque é um assunto que vem crescendo e é preciso informar para minimizar o preconceito. O autismo traz algumas incertezas quanto ao futuro da criança, mas acreditamos que o Miguel vai alcançar o que quer e estaremos lutando para isso”, concluem.

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