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OMS preconiza parto normal, mas meta está distante de ser atingida na região

Mulheres e médicos ainda dividem opiniões quanto ao parto normal e cesáreas. Foto: DivulgaçãoA gravidez é um período ímpar na vida de uma mulher e que requer todo o cuidado e afeto. Uma das grandes preocupações neste sentido está na forma de qual será o procedimento realizado para o nascimento da criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o parto normal é o ideal e que a taxa de cesáreas fique abaixo de 15%. No entanto, esta meta está longe de ser atingida e, na região, o cenário não é diferente.

Segundo números da 2ª Regional de Saúde, em 2018 os dez municípios da região tiveram 3.993 nascidos vivos. Destes, 2.043 foram através de parto normal, o que corresponde a 51,2%. Já a cesariana foi a forma escolhida para o nascimento de 1.947 crianças, que representa 48,8%. Outras 3 crianças não tiveram a forma de nascimento especificada. Em Tijucas do Sul foi registrado o maior índice de partos normais com 66,2%, enquanto que nas cidades de Fazenda Rio Grande e Rio Negro, o percentual de cesárias representou 52,0% e 54,38%, respectivamente.

De acordo com a OMS, o parto normal é considerado ideal por ser um processo natural, onde a criança nasce na hora certa, o que é essencial para a saúde do bebê, sendo que um dos exemplos é que eles passam a ter uma tendência menor de desenvolver alergias. Somado a estes quesitos, as chances de complicações para a mãe são menores e a recuperação é mais rápida. Em contrapartida, a cesárea apresenta três vezes mais riscos para a mãe, tendo em vista que este procedimento pode desencadear infecções, entre outras complicações. Nesta forma, é realizada uma cirurgia de médio porte, onde são cortadas sete camadas de tecido. A cesariana é recomendada em casos em que a criança estiver sentada ou for muito grande, ou ainda quando há riscos para a mãe e o bebê.

O médico Rafael Brandalize Brotto, que já atendeu na região na área de ginecologia e obstetrícia, defende que o parto normal deve ser sempre priorizado pelas mulheres. “Todo procedimento desta natureza tem o seu risco, no entanto, quanto mais intervenção médica, maior é a probabilidade de um erro. Existem muitos mitos sobre o parto normal e é preciso maior informação sobre ele por parte das mães”, salienta o doutor. Outra questão que implica para a escolha da cesariana é que muitos profissionais fazem esta opção por ter um controle melhor do quadro clínico. “Uma cesárea dura minutos e o médico tem todos os dados da paciente e do bebê, enquanto que o parto normal pode levar horas, além de ter mais nascimentos no mesmo momento”, pontua.

Em Mandirituba, a taxa de partos normais foi de 56,6% em 2018, sendo a quarta maior dentre os dez municípios da região. “Realizamos um amplo trabalho de pré-natal envolvendo diversos profissionais para que a gestante possa estar segura e tenha o amparo necessário”, destaca a secretária municipal de Saúde, Gizelly Aparecida Leal de Camargo, que defende a realização do parto normal. “Incentivamos este procedimento por saber que a recuperação é melhor e o impacto para a saúde da mulher será menor, isso sem contar os pontos positivos para a criança”, concluiu.

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