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O filme e a realidade

No seu fim de semana de estreia o filme “A Lei é para todos”, que retrata a Operação Lava Jato, levou 500 mil pessoas aos cinemas brasileiros. O desempenho de público é considerado positivo, com expectativa para essa semana ser ainda maior, levando em conta que não há feriadão prolongado. Mas enfim, porque o brasileiro iria ao cinema para ver o que ele já está vendo todos os dias nos mais diversos jornais e meios de comunicação do país?

Para muitos, o principal motivo que leva o telespectador ao cinema para ver a produção em questão não é a curiosidade pela trama, mas sim o incentivo ao trabalho da Polícia Federal.

As pessoas têm declarado, inclusive, que ir ao cinema para ver o filme da Lava Jato é mostrar todo o apoio ao trabalho que vem sendo realizado no combate à corrupção. Curiosamente e coincidentemente, o filme chegou aos cinemas na semana que um dos nomes mais fortes do Partido dos Trabalhadores, o ex-ministro Antonio Palocci, delatou e literalmente “entregou” o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma. Na semana que foram presos os delatores do “esquema da JBS”, entre os quais o megaempresário Joesley Batista. E na semana da repercussão e prisão do também ex-ministro Geddel Vieira Lima, que escondia num apartamento R$ 51 milhões.

Por tudo isso, podemos afirmar que o filme e seu título não poderiam ter chego num momento mais oportuno.

Porém, e infelizmente, não se trata apenas de uma obra de ficção. O que estamos assistindo diariamente no Brasil é uma realidade muito dura e destruidora para uma nação que tanto almeja deixar a condição de subdesenvolvida.

Muito provável que aos olhos estrangeiros o filme seja uma péssima referência do nosso país. Mas também não será nenhum segredo escondido, pois por um bom tempo o Brasil tem sido motivo de descrédito no cenário internacional. Por outro lado, ao dizer que a “lei é para todos”, a produção talvez consiga resgatar em nós e naqueles que nos assistem lá de fora o sentimento de justiça. Seria um ganho e tanto. A Lava Jato, diga-se de passagem, tem esse papel, devolver nosso sentimento de justiça.

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