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Nós também apoiamos!

Não poderíamos falar de outro assunto em nosso espaço de opinião nesta semana que não fosse sobre a greve dos caminhoneiros. Iniciada oficialmente na última segunda-feira, a paralisação tem reflexos em praticamente todo o país. Há setores expressivamente afetados e outros parcialmente. Mas no geral, todo mundo já começa a pensar como seria se a greve continuasse por mais uma ou duas semanas. E como seria?

A resposta à referida indagação está diretamente relacionada com a importância da atividade desenvolvida pelos transportadores de cargas do nosso país. Quantas são as pessoas que por algum instante já pararam para pensar sobre o que significa para o Brasil o trabalho realizado pelos caminhoneiros? Num país onde a malha ferroviária e fluvial é muito limitada, cabe ao transporte sobre rodas a responsabilidade de conduzir suas riquezas e impulsionar a economia. E mais uma vez, ressuscitamos o ditado: “Sem caminhão, o Brasil para”.

Neste momento, em que assistimos e sentimos de fato que o transporte sobre rodas é fundamental na vida do país, também somos provocados a reflexão da importância do profissional chamado popularmente de “motorista de caminhão”. No enfrentamento de rodovias em péssimas condições, no compromisso de chegar e sair com horários marcados, no desafio de dirigir por muitas horas ininterruptamente e na solidão do volante, distante de casa e da família por semanas e meses, esse trabalhador passa despercebido pela população, patrões, empresas e, principalmente, pelo governo.

A greve obviamente não vai tratar dos detalhes da vida do caminhoneiro, ela tem sua importância direcionada para o preço abusivo dos combustíveis, no entanto, é válido e necessário provocar o tema e fazer o destaque.

Em se tratando da paralisação pela reivindicação de preços menos onerosos nas bombas dos postos de combustíveis, é impensável não se manifestar favoravelmente. É inaceitável que o cidadão brasileiro, especialmente quem trabalha na área dos transportes, continue sendo penalizado pela deficiência administrativa do poder público.

Não podemos e nem devemos pagar a conta da máquina pública, da corrupção institucionalizada e da falta de capacidade e interesse dos governos em promover as mudanças necessárias.

Em tempo, é importante lembrar que existe um capítulo à parte em se tratando do preço de frete, quando caminhoneiros e contratantes necessitam rever valores e negociações.

Voltando ao tema, entendemos que a greve dos caminhoneiros, além de legítima para a sobrevivência da classe, é um chamado em defesa do Brasil, da sua economia, do seu desenvolvimento e do seu futuro. O país não pode continuar vivendo a tese dos ricos cada vez mais ricos e dos pobres cada vez mais pobres.

A atividade de caminhoneiro tem expressiva relação com as cidades da região e nesta semana encontramos muitas manifestações de apoio à paralisação. São demonstrações reais de que o brasileiro está cada vez mais consciente da dificuldade de viver, enquanto os governos tomam “na mão grande” o pouco que faria diferença na construção de um futuro com melhores perspectivas.

Temos consciência dos reflexos da greve, como por exemplo, da falta de alimentos em algumas cidades, da suspensão de atividades nas empresas e também das aulas e não mais ou menos importante, do risco da circulação do jornal nesta e nas próximas semanas. Enfim, há consequências. Mesmo assim, nós também apoiamos. O preço dos combustíveis no Brasil é um assalto. E quase toda a incidência de impostos aplicada em cada litro de etanol, gasolina e diesel é para pagar o rombo da máquina pública e os super salários dos políticos e seus protegidos. Menos impostos, preços justos, e um Brasil melhor. É disso que precisamos!

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