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Não cumprimento de promessas pode gerar nova greve dos caminhoneiros

Greve dos caminhoneiros teve paralisações em várias rodovias da região e atingiu diretamente toda a população. Classe não teve as reivindicações atendidas e passa dificuldades. Foto: Arquivo/O RegionalNo ano passado, o Brasil literalmente parou com a greve dos caminhoneiros que obstruiu as principais rodovias de todo o Brasil e provocou o desabastecimento de produtos. Para conter a crise, o governo federal editou uma série de medidas para melhorar a rentabilidade e as condições de trabalho do transportador autônomo. No entanto, quase um ano após o encerramento do manifesto, poucas promessas foram cumpridas e, em virtude disso, novos protestos serão realizados.

Segundo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), composta por 140 sindicatos e 8 federações, será realizada uma carreata neste sábado em várias cidades do Brasil com o intuito de chamar atenção do governo para algumas insatisfações da categoria, entre elas o não cumprimento da lei do piso mínimo do frete e o aumento expressivo do óleo diesel. Ainda de acordo com a entidade, serão apoiadas as medidas tomadas pela categoria, no entanto, o movimento de amanhã não tem finalidade grevista.

Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), Plínio Dias, a postura do governo tem desagradado os caminhoneiros. “A única promessa cumprida e, que já era prevista em lei, é a não cobrança do eixo suspenso nas praças de pedágio. O piso mínimo de frete não tem fiscalização alguma e é simplesmente ignorado, sendo que o preço do óleo diesel vem aumentando semanalmente”, lamenta Dias, convocando os motoristas de toda a região para uma carreata neste sábado, a partir das 10 horas, na Linha Verde, em Curitiba. “É uma manifestação pacífica que pretende chamar atenção do governo e fazer com que ele ouça de fato a categoria e não pessoas e entidades infiltradas nas negociações que não representam a classe”, enfatizou.

O gerente da Cooperativa dos Transportes de Carga do Suleste Paranaense (Cooperleste), Wilson Fragoso, reitera que a categoria está descontente com o cenário atual. “O preço do óleo diesel abaixou para cerca de R$ 2,60 na época do manifesto e agora já têm postos que o valor ultrapassa R$ 3,40 com reajustes frequentes”, detalha Fragoso. O piso mínimo do frete também é uma medida que não teve o efeito desejado. “Não adiantar criar uma lei e não ter a fiscalização necessária para se fazer cumprir. As empresas não pagam o valor da tabela e a defasagem varia de 20 a 50% do valor, sendo que alguns empreendimentos abrem concorrência para os fretes, onde os autônomos ou cooperativas não têm como competir com grandes transportadoras”, lamenta, em decorrência destes fatores, o caminhoneiro transporta para dar sobrevivência à sua família e não consegue nem mesmo fazer a manutenção correta do veículo.

Nas últimas semanas, ministros estiveram reunidos com representantes da classe e dentro de alguns dias o governo federal deverá se posicionar. Caso não haja uma melhora neste cenário, não está descartada uma nova paralisação.

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