Em Quitandinha, o programa disponibiliza duas médicas, ambas cubanas. “Elas são profissionais capacitadas e prestativas, realizando o atendimento nas unidades de saúde do Centro e do Turvo. Tem uma carga horária semanal de 32 horas, além de outras 8 horas dedicadas a estudos”, relata o secretário municipal de Saúde, Sérgio Marcos Carvalho. Para cada uma destas profissionais o município paga cerca de R$ 2.300,00 como custeio de alimentação e moradia, enquanto que o governo federal arca pelo salário. Para médicos contratados de forma direta pela prefeitura , ou seja, que não estão no programa, o valor médio mensal é de R$ 12.500,00 aos cofres públicos. “O governo custeando o salário é um aporte muito importante, já que o município dificilmente conseguiria suprir todo este custo”, informa o secretário.
Esta dificuldade em contratar profissionais de forma direta é retratada em Tijucas do Sul, onde a prefeitura está realizando o quinto processo seletivo em um período de dois anos. “Das cinco equipes do ESF, uma está sem médico porque não houve interesse dos profissionais na vaga ofertada com salário de R$ 14 mil”, conta o prefeito Cesar Matucheski, pontuando algumas das dificuldades para contratação. “Como estamos próximos de grandes centros, os médicos fazem a opção de trabalhar nas cidades maiores, onde irão ganhar mais. Nos municípios pequenos, terão que percorrer distâncias longas e acaba pesando também a questão familiar, escola para os filhos, trabalho da esposa ou do marido”, explica. O prefeito de Tijucas destaca que será necessária uma solução rápida ao problema. “Da forma como está as prefeituras estão de mãos atadas. É preciso uma série de alterações que incentivem os médicos a exercerem suas funções em municípios menores”, concluiu.
Outro fator relevante é que no caso dos médicos cubanos os salários são custeados pelo governo federal e inflam a folha de pagamento das prefeituras. Quando a contratação é direta, os governantes municipais têm mais esse problema.