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Mortes por infarto crescem 46% em dez anos na região, diz levantamento

Aferição de pressão arterial é uma importante forma de acompanhamento para detectar indícios da doença. Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilDor ou desconforto na região peitoral, falta de ar, náuseas, vômito e tontura. Estes são alguns dos sinais de alerta para a ocorrência do infarto agudo do miocárdio, considerada uma das principais causas de mortes em todo o Brasil, conforme dados do portal Datasus, do Ministério da Saúde.

Um levantamento feito pela reportagem junto ao Datasus aponta que entre 2008 e 2017, último ano com dados disponíveis houve uma alta de 0,8% no número de mortes por esta causa no estado, passando de 4.679 para 4.715. Considerando apenas os municípios do suleste paranaense, foram 97 óbitos registrados em 2008, enquanto que em 2017 este número saltou para 142, uma alta de 46% em dez anos.

O médico cardiologista José Luiz Carneiro Leão, do Centro Médico Dr. Angelo Chiamulera, de Tijucas do Sul, e proprietário da Clínica Cisabem, de São José dos Pinhais, explica como está caracterizado um infarto agudo do miocárdio e como pode ser feito o diagnóstico desta condição. “É uma lesão aguda, ocasionada pela interrupção abrupta da circulação para o músculo cardíaco, por obstrução de uma artéria coronária. A morte das células cardíacas, ou necrose (termo médico), é o infarto. O diagnóstico se dá pela queixa de dor, associada a alteração no eletrocardiograma e a elevação das enzimas cardíacas no sangue, consequências do infarto”, explica o profissional, apontando o fatores de risco. “Os principais fatores de risco são hipertensão arterial, diabete, aumento de colesterol ruim (LDL), sedentarismo, tabagismo, obesidade, estresse e depressão, e histórico familiar de doença cardíaca”, detalha.

Ainda de acordo com o médico o maior risco de ser acometido por um infarto normalmente é após os 40 anos no caso de homem e depois dos 50 anos para mulher. “Como medidas preventivas estão diminuir sal e gorduras saturadas, evitar obesidade, fazer exercícios físicos regulares, administrar melhor o estresse, interromper o tabagismo e exames periódicos em seu clínico geral e ou cardiologista para controle dos fatores de riscos”, pontua o cardiologista, explicando ainda como é feito o tratamento e os cuidados necessários em um pós-infarto. “Buscar desobstruir a artéria responsável pelo infarto nas seis primeiras horas por medicação ou por angioplastia realizada por cateterismo cardíaco. Agindo assim, o infarto pode ser revertido. Após as seis primeiras horas, o dano ao coração é irreversível e neste caso, só se tratam as consequências do infarto”, completa.

Por fim, o cardiologista descreve a adaptação de um paciente no pós-infarto. “O paciente terá que se adaptar e fazer programa de reabilitação cardíaca, fazer exercícios, mudar sua alimentação, seu estilo de vida e tomar medicamentos preventivos para evitar o reinfarto. Ele será considerado de alto risco para novo infarto por toda sua vida”, completa o especialista, complementando que os cuidados com a saúde devem ser frequentes. “Amar a vida e entender que é melhor cuidar de sua saúde, do que tratar de sua doença. Mas se já está com doença, não se desesperar. Existem tratamentos excelentes, que melhoram e prolongam a sua vida, fazendo que ela seja próxima ao normal, desde que ele esteja comprometido com o seu tratamento”, finaliza.

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