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Haitiano busca na lavoura meio de sobrevivência e de uma vida melhor

Abdias e a família estão morando de favor em uma casa cedida por moradores da comunidade de Lageado dos Martins. Foto: Arquivo/O RegionalFugindo da miséria e da fome, milhares de haitianos saíram de seu país em busca de uma vida digna e de oportunidades. O Brasil está entre os principais destinos destes humildes imigrantes que, na grande maioria, deixaram para trás seus familiares e seus sonhos. Na região, alguns deles têm buscado alento para recomeçar a vida.

Um desses casos é do haitiano Abdias Baron, ou simplesmente o Barone, que em 2014, aos 28 anos, deixou seu país para trabalhar em Curitiba. “No Haiti, meu serviço era mecânico de motos, mas a situação era desesperadora e minha família estava passando fome. Por isso, vim para o Brasil na companhia de três irmãos em busca de emprego”, recorda Barone. Na capital paranaense, ele trabalhava em uma empresa, mas não recebia nem ao mesmo hora extra. “Cumpríamos uma longa carga horária para poder ganhar um pouco mais e enviar dinheiro para minha família, mas, assim como acontece a muitos dos imigrantes, não nos pagavam hora extra”, lamenta.

Neste período, Barone conheceu a brasileira Adrielly Ramos dos Santos, que tem um filho de um relacionamento anterior e trabalhava em um supermercado. Em 2016, ambos ficaram desempregados e foram convidados por um familiar de Adrielly a virem trabalhar na lavoura na comunidade de Lageado dos Martins, em Piên. “Fomos muito bem recebidos, nos arrumaram uma casa e as pessoas da igreja nos doaram alguns móveis. Passei a trabalhar por dia na cultura do tabaco”, descreve Barone.

No início deste ano, um primo de Barone ficou desempregado e lhe entregou sua filha recém-nascida para que ele cuidasse. “Por mais que passamos dificuldades, não podia deixar de estender a mão e ajudar. A comunidade aqui também foi muito solidária e organizou um chá de fraldas”, relata. A renda da família é de R$ 86,00, obtidos por meio do Bolsa Família, e o que Barone ganha por dia na lavoura. “Tem semanas que tem serviço, outras não. Estamos passando o mês com dificuldades e fico em um grande dilema entre pagar a conta de água e luz ou comprar comida”, conta.

Além disso, Barone tenta enviar dinheiro para sua família no Haiti. “Minha mãe ficou cuidando de meus filhos, hoje, uma menina de 11 anos e um menino de 7 anos. Gostaria de ir visitá-los e poder trazê-los para o Brasil, mas, infelizmente, nem mesmo dinheiro para eles se sustentarem estou conseguindo enviar”, detalha.

Com dificuldades financeiras e vivendo de favor, a família quer buscar um futuro melhor e estuda se mudar para a cidade. “Estou procurando emprego, até porque a Adrielly tem deficiência em uma das pernas e outros problemas de saúde e aqui não temos locomoção nem sequer para levá-la ao médico. Quero dar um futuro melhor para as crianças e minha família, este é meu maior sonho e objetivo”, ressalta Barone.

Quem tiver o interesse de conhecer melhor a história desta família e tem o desejo de ajudar pode entrar em contato pelo telefone (47) 99119 3295 (WhatsApp).

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