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Greve na educação vai custar mais para as prefeituras

Em Campo do Tenente, prefeitura conta com uma frota de 12 veículos para o transporte escolar/Foto: O RegionalOs professores da rede estadual de ensino do Paraná continuam em greve. Na próxima terça-feira haverá uma nova assembléia para deliberar sobre a paralisação, que é motivada pela decisão do governo do estado em alterar a forma de composição financeira da previdência. Na Justiça, o governo estadual tenta impedir a continuidade da greve, com a justificativa de que ela é ilegal.
Enquanto a greve continua, a preocupação das prefeituras municipais aumenta. Nas cidades do interior, o transporte escolar é mantido boa parte com recursos próprios e o sistema atende simultaneamente o ensino municipal e o estadual. Com a greve, já está prevista a necessidade de reposição das aulas, aos sábados e também no período de férias – julho e dezembro. Para cumprir o calendário letivo serão necessários ônibus e motoristas, custo extra no orçamento das prefeituras.
Na Lapa, por exemplo, a administração municipal tem custo diário de 15 mil reais com o transporte escolar, ou seja, somando os dias de reposição de aula o impacto será significativo no orçamento da prefeitura. “Hoje estamos mantendo o transporte da rede municipal e sabemos que com a reposição, mais as aulas da educação de jovens e adultos, haverá um desiquilíbrio nos custos com o transporte escolar”, avalia Odinir Santos Tenório, diretor do departamento de transportes da prefeitura.
Em outros municípios a conta se mantém. Dias extras de aula resultam em maior investimento. Na prefeitura de Quitandinha, o custo diário é de aproximadamente 10 mil reais. Enquanto que em Rio Negro, com uma população mais urbana, o valor investido é de 5,5 mil reais por dia. A secretária municipal de Educação de Tijucas do Sul, Evanilde Maoski, lembra que todo o custo com transporte escolar é planejado no início do ano e que a greve seguida da necessidade de reposição vai extrapolar a proposta orçamentária da pasta.
O custo com o transporte escolar envolve a contratação do veículo, combustível, manutenção e motorista. A chefe do Departamento de Documentação Escolar de Piên, Dirlei Pieckocz, lembra que em horas extras para os motoristas já haverá um custo considerável. “Nenhuma prefeitura vai deixar seus estudantes sem transporte, mesmo que tenha sérias dificuldades para o pagamento”, avaliou. A secretária de Educação de Campo do Tenente, Marilene Hornick, destaca que para prefeituras com baixa arrecadação será indispensável a ajuda financeira do estado.

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