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Estudo aponta que delegacias da região têm 291 acima da capacidade

Além de não ser o local ideal para abrigar os detentos, delegacias sofrem com as superlotações e o medo de fugas.Foto: Divulgação Conselho da Comunidade de CuritibaA superlotação das delegacias de polícia de toda a região é um grave e crônico problema enfrentado já há longa data. Segundo um estudo divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Paraná registrou, em maio deste ano, 33.914 presos, extrapolando em 6.663 sua capacidade máxima.

Na região, as delegacias contam com a capacidade para abrigar 1.031 detentos, no entanto, estavam com 1.322 em maio, excedendo em 291 presos o limite máximo. Na delegacia de Fazenda Rio Grande, o espaço foi projetado para receber até 16 pessoas, mas registrou 63 reclusos. Neste estudo, foram contabilizados os detentos que cumprem pena em regime fechado e semiaberto, além daqueles que estão detidos aguardando julgamento ou estão em prisão domiciliar. Confira abaixo os números detalhados de cada estabelecimento policial.

Devido à falta de vagas no sistema penitenciário, as delegacias acabam assumindo um papel que não lhes é devido, sendo que a transferência para cadeias públicas deveria acontecer pouco tempo após a prisão. Com isso, o trabalho investigativo da Polícia Civil fica comprometido, já que os investigadores passam a executar as atividades que competem a agentes carcerários.

Com o passar do tempo, a situação vem se agravando, haja visto que a transferência dos presos para o sistema prisional é bem menor quanto a proporção de novas prisões. Um dos exemplos claros disso é a delegacia de Rio Negro, a qual tem capacidade para 28 detentos, mas que estava com 55 em maio e agora abriga 66 reclusos. “A última transferência aconteceu há cerca de dois meses. Em estados próximos, como Santa Catarina, a realidade é totalmente diferente e nenhum preso fica recluso na delegacia”, relata o delegado Sérgio Luiz Alves.

Devido à superlotação, um dos iminentes perigos são as fugas e rebeliões. Na delegacia da Lapa, em maio deste ano 16 detentos fugiram. “Infelizmente, a estrutura do prédio e também de efetivo policial são precárias, estando sujeito a estes sérios riscos. A capacidade que temos é de 16, mas atualmente estamos com 51 presos”, detalha o delegado Vinicius Fernandes Maciel, pontuando algumas dificuldades. “Frequentemente são apreendidos celulares e outros materiais, sendo difícil de combater a entrada destes itens devido ao grande acúmulo de pessoas. Além disso, a parte mais grave é que a investigação, necessária para coibir e evitar novos crimes, fica completamente comprometida”, salienta.

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