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Distúrbios de aprendizagem acometem mais de 310 crianças em toda a região

Primeiros sinais de distúrbios geralmente são diagnosticados pelos profissionais em sala de aula. Foto: Arquivo/O RegionalApesar de ser um assunto amplamente discutido no âmbito educacional, os distúrbios de aprendizagem ainda geram uma série de dúvidas entre aqueles que convivem com alunos que apresentam alguma dificuldade ou problema para aprender.

Os distúrbios de aprendizagem são classificados como problemas que uma pessoa pode ter com relação ao processo de aprender, analisar ou armazenar informações. Dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da American Psichiatric Association, apontam que a condição acomete de 5 a 15% de crianças em idade escolar, em diferentes idiomas e culturas. Nos municípios de Agudos do Sul, Campo do Tenente, Contenda, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha e Rio Negro, segundo levantamento deste semanário, são mais de 310 crianças com algum tipo de distúrbio da aprendizagem. Nas demais cidades – Fazenda Rio Grande e Tijucas do Sul – não haviam sido conseguidos os dados até o fechamento da edição.

Segundo a psicóloga Keila Raquel Mendes, que atua na rede municipal de ensino de Agudos do Sul, esses problemas podem ser por ordem biológica, psicológica e até mesmo social e, geralmente, são percebidos e diagnosticados na fase escolar. “Os principais tipos de distúrbios são déficit de atenção, hiperatividade, dislexia, discalculia e disgrafia. O diagnóstico é feito de maneira clínica e com a utilização de testes cognitivos. Em todos os casos existe a necessidade de um profissional da área de psicologia e da neurologia no fechamento de diagnóstico”, detalha Keila, orientando quanto ao tratamento. “Alguns dos distúrbios requerem o uso de medicação, como é o caso da hiperatividade e do déficit de atenção. Nas escolas e colégios, temos hoje as salas de recurso nas quais esses alunos aprendem técnicas e recursos diferentes da forma padrão, ajudando-os a entender e realizar as atividades propostas por meio da utilização de técnicas adaptadas para exercer leitura, escrita, cálculo e outras atividades”, conta.

Ainda conforme Keila, é importante que tanto a equipe pedagógica quanto a família estejam atentas aos sinais apresentados pelas crianças. “As dificuldades de aprendizagem existem e devem ser trabalhadas de diferentes maneiras. É de extrema importância que a escola e a equipe interdisciplinar estejam sempre atentas à qualquer sinal atípico presente em sala de aula. Quanto antes é percebido uma dificuldade, maior a chance de que essa criança apresente progresso, pois todos podem aprender e apresentar bons resultados, uns de uma maneira, outros utilizando outras técnicas. Essas são as particularidades que fazem da escola um ambiente para todos”, finaliza.

A assessora pedagógica da Educação Especial de Contenda, Claudia Inês da Silva, reforça a atuação das equipes educacionais junto aos estudantes com dificuldades de aprendizagem. “Contamos com uma psicopedagoga que faz o acompanhamento dos alunos, além da sala de recurso multifuncionais que auxilia no reforço das funções cognitivas, das disciplinas de matemática e português e demais atividades que estimulem o aprendizado”, explica a profissional, reiterando que os resultados têm sido positivos no município. “O avanço com certeza é notável, por isso a importância do acompanhamento e de dispor de métodos que contribuam com esta melhora na aprendizagem”, conclui.

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