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Cultivo de plantas ornamentais ganha notoriedade em Agudos do Sul e Piên

Ornamentais Bertoldi é uma das empresas com forte atuação no ramo das plantas na região. Foto: Arquivo/O RegionalCom a chegada da Primavera, a estação mais florida do ano, já é comum observar em toda a região o colorido das flores e o paisagismo das plantas ornamentais, cultura esta que vem aparecendo como fonte de renda na agricultura local. Na região, de acordo com o mais recente levantamento do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), o cultivo de plantas ornamentais se destaca em dois municípios, Agudos do Sul e Piên, onde o faturamento durante a safra 2017/2018 chegou a R$ 7,7 milhões e R$ 2,2 milhões, respectivamente.

O cultivo de plantas ornamentais na comunidade de Palmitos, na divisa entre Agudos do Sul e Piên, por exemplo, teve início na década de 90, quando Alvino Bertoldi e seu amigo Inácio Ferraz, já falecido, perceberam a oportunidade de cultivar comercialmente plantas ornamentais, mais especificamente o Buxus Sempervirens, pois eventualmente surgiam comerciantes comprando estas plantas cultivadas nos jardins particulares ou fundos de quintais. Bertoldi e Ferraz incentivaram outros produtores a iniciarem o cultivo, mas na época poucas pessoas acreditaram que esta nova cultura poderia trazer retorno financeiro. Com o passar do tempo, outros agricultores também iniciaram a produção de plantas ornamentais e, aos poucos e por conta da boa qualidade dos produtos, a região foi se tornando conhecida nacionalmente. Em 2016, Agudos do Sul foi o primeiro município a exportar plantas ornamentais no Paraná.

Segundo a família Bertoldi, apesar de ser uma atividade rentável, alguns fatores acabam prejudicando o mercado. “Uma das dificuldades da produção da plantas é não ter um preço fixo, ou seja, cada produtor pode fazer seu preço e muitas vezes não têm noção dos custos, vendendo abaixo do valor da produção. Outro agravante que poderá trazer problemas sérios no futuro é que cada vez que vende uma planta produzida no campo, está vendendo também a camada fértil do solo e com isso, dentro de 15 a 20 anos, toda a região que trabalha com planta ornamental poderá deixar de produzir por falta de fertilidade do solo. E devido à pouca margem de lucro, o produtor não tem condições de investir adequadamente no solo e manter ele produtivo, fazendo a rotação de cultura, adubação orgânica e tudo o que é necessário para renovar a terra fértil”, pontua a família.

De acordo com os produtores da Ornamentais Bertoldi, o trabalho com as plantas tem suas particularidades, que possibilitam resultados positivos tanto para a empresa quanto para o consumidor final. “Entre os pontos positivos desta cultura, quando você está consolidado no mercado e com sua clientela, consegue trabalhar com uma programação de produção. É um universo diferente para cada espécie e sempre tem novidade no mercado. Também é a oportunidade de trabalhar com o belo e conseguir transformar ambientes com as plantas”, avaliam.

O engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Paulo Andrade, avalia que o mercado das plantas ornamentais vem contribuindo para o fortalecimento da economia paranaense. “As plantas ornamentais aparecem na segunda colocação de produção na área da floricultura do Estado e, os municípios de Agudos do Sul e Piên configuram, juntos, com quase 50% da produção estadual”, detalha Andrade, reforçando ainda a cultura de palmeira imperial em Quitandinha. “É uma atividade que também aparece com destaque”, aponta.

Por fim, Andrade pontua que aos poucos a população brasileira tem se adaptado à cultura das flores e plantas ornamentais, buscando o paisagismo e o bem estar nos ambientes. “Com a urbanização, a sociedade tem buscado trazer parte do campo para dentro dos ambientes, procurando flores, plantas e até o gramado. A floricultura, por meio das plantas ornamentais, tem sua importância e vem se mostrando um bom negócio”, finaliza.

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