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Com redução da demanda, olericultura diminui a produtividade na pandemia

Produtor Ilton Tschoke relata que diminuiu a produção diante da desaceleração de todo o mercado nas últimas semanas. Foto: DivulgaçãoAlém da saúde pública, a pandemia do novo coronavírus vem causando grandes impactos no setor econômico. Um dos segmentos duramente atingidos é a olericultura, que vem tendo uma grande diminuição das vendas, provocada principalmente pelas restrições de funcionamento de restaurantes e lanchonetes.

Em Piên, o produtor Ilton Tschoke relata que atua há 10 anos na produção de hidroponia e que esta crise vem causando grandes transtornos. “Em uma das frentes de trabalho, atendemos redes de supermercados na região e alguns restaurantes e lanchonetes, os quais tiveram uma redução considerável nas encomendas”, relata Tschoke, salientando que a diminuição foi ainda maior no litoral. “O turismo foi diretamente atingido com a pandemia. Em números gerais, as vendas caíram cerca de 40%”, estima.

Com uma produção mensal de cerca de 2 mil caixas de alface e 3 mil maços de rúcula, agrião e temperos, o agricultor se viu obrigado a diminuir o plantio. “Chegamos ao ponto de ter que dispensar parte das verduras já que as sobras eram vendidas em cozinhas industriais, as quais tiveram paralisações. Com isso, reduzimos a produção e os dias de entrega aos fornecedores”, conta Tschoke.

No município de Quitandinha, os produtores também têm enfrentado dificuldades com a desaceleração do mercado. “Atendemos 85 pequenos agricultores que vendem seus produtos na Ceasa. Nas últimas semanas, o volume de vendas caiu em média 20%”, calcula o técnico de campo da Emater, Jhonathan Eduart Assumpção. Outra dificuldade encontrada está na estiagem que já dura vários meses. “A olericultura precisa de muita água, já que é uma cultura muito sensível. A grande maioria dos agricultores conta com sistema de irrigação, mas, não está conseguindo captar água devido ao baixo nível dos rios”, salienta.

Buscando auxiliar os produtores, a Emater tem orientado a diminuição da produtividade e adoção de outras medidas. “Muitos produtores estão voltando da Ceasa com parte da produção. Por isso, é importante ter um recuo na produção e intervalos maiores de venda, para que os prejuízos sejam minimizados”, sugere Assumpção, pontuando outro importante fator. “É recomendado que o produtor se informe qual mercadoria está tendo maior procura, para que o desempenho da venda seja melhor. Temos produtos que estão valorizados e tendo demanda até de outros estados”, finaliza.

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