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Cidades no escuro

Em pleno século XXI, quando muitas cidades estão falando em sustentabilidade e energias renováveis, é quase inacreditável que cidades da região, consideradas da esfera metropolitana da capital, fiquem sem o abastecimento da energia elétrica, e por uma, duas, dez, quase quinze horas. O problema, que já é recorrente, tem consequências diversas e muito negativas para a sociedade local.

Na agricultura, muitos trabalhadores dependem da energia elétrica para processar suas atividades, e quando ficam sem o abastecimento acumulam prejuízos. Nas cidades, indústrias paralisam e deixam de produzir, ficando com sua agenda comprometida. Os comércios não conseguem atender e perdem produtos que dependem da refrigeração. E prestadores de serviços de diferentes áreas são obrigados a cruzar os braços.

Nos dias atuais, a energia elétrica é fundamental, e, por consequência, básico. Além disso, estamos falando de uma distribuidora – Copel – que é considerada a melhor do país. Ao menos é isso que o governo do estado tem divulgado. Vamos mais além, o serviço não é gratuito, pelo contrário, muito bem pago pelos consumidores. Então, qual a dificuldade e por que não há um atendimento decente e compatível com a realidade da região?

Seguidamente noticiamos os prefeitos indo ao salão nobre do Palácio Iguaçu para eventos e agendas com o governo do estado. Sempre acompanhados dos seus deputados. Numa ocasião voltam com uma ambulância, outra com alguns metros de pavimentação, mas até agora ninguém retornou ao seu município com uma solução para as constantes quedas no abastecimento da energia elétrica. E esta é uma questão que envolve boa parte das cidades locais. Inclusive, a conhecida Amsulep, poderia fazer desse assunto uma bandeira.

A sociedade comum, distante dessa relação com a Copel e o governo, se sente impotente em relação ao problema, restando-lhes contabilizar prejuízos e expor sua revolta nas redes sociais. O jornal O Regional, que também é uma empresa prejudicada como tantas outras, tem feito frequentes queixas junto aos responsáveis e compartilhado com os veículos de expressão estadual.

Não há intenção de fazer dessa manifestação apenas uma pura cobrança à classe política, mas sim reforçar a necessidade de um trabalho contínuo na busca de uma solução para tamanha dificuldade enfrentada pela população regional. Quem sabe, um movimento formado por representantes de diversos setores pudesse empregar uma agenda proativa neste sentido.

Quando a energia acaba todos se indignam. Quando ela volta, a vida continua e ninguém mais fala a respeito. Depois ela acaba novamente. A indignação volta. E assim vamos levando. No fim das contas, prejuízo sobre prejuízo. Até quando?

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