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Casos de gravidez na adolescência têm queda de 15% em um ano na região

Apesar da diminuição nos casos, número de adolescentes grávidas ainda é alto na região. Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilA adolescência é uma fase marcada por transformações físicas, emocionais e repleta de descobertas. Além de tantas incertezas nesta idade, os casos de gravidez de forma precoce e sem planejamento têm crescido de forma assustadora em todo o país, acendendo um alerta para muitas famílias e para órgãos públicos de saúde. Nesta semana, com o objetivo de orientar jovens sobre sexo e gestação na adolescência, o governo federal lançou a campanha ‘Tudo Tem seu Tempo’.

Dados obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam para uma parcela significativa das mães que têm seus filhos de forma precoce nas cidades da região. Conforme os números, em 2019, os dez municípios do suleste paranaense contabilizaram 579 nascimentos de crianças em que as mães tinham idade entre 10 e 19 anos, ante a 684 registros em 2018, queda de 15% no período.

Segundo a enfermeira do Centro de Atenção Materno Infantil de Quitandinha, Agatha Larissa Czarneski, a imaturidade física e emocional é uma das principais dificuldades diante de uma gravidez na adolescência. “A gravidez, quando ocorre nesta fase, pode trazer vários efeitos na vida dos pais. Entre alguns fatores, podemos citar que, em muitos casos, o corpo da jovem ainda não está completamente preparado para a gestação e parto, o que aumenta a chance de desenvolver complicações. Quanto às consequências psicológicas, percebe-se a diminuição da autoestima, depressão pós-parto e problemas afetivos causados pela gestação. Também é perceptível que muitas jovens abandonam os estudos e ainda não trabalham, o que gera dependência da família ou parceiro”, explica a profissional, elencando outras adversidades. “Além dos riscos já citados, ainda podem existir os conflitos familiares devido a não aceitação da gravidez e os riscos a criança, que pode nascer prematuro ou com baixo peso. A jovem, em muitos casos, deseja esconder a gestação no início, sendo adiado o início do pré-natal, o que agrava a situação”, detalha.

Ainda conforme Agatha, a adolescência é uma fase que exige o acompanhamento e suporte dos pais. “Os pais devem conversar com seus filhos sobre métodos contraceptivos, ouvi-los e procurar ajuda profissional quando necessário. Quanto aos jovens, campanhas em colégios são desenvolvidas para conscientização sobre a gravidez precoce. Atualmente, o acesso à informação sobre os métodos é facilitado por meio da internet e veículos de comunicação” finaliza.

A coordenadora de Atenção Básica de Campo do Tenente, Danieli Teixeira da Cruz, também aponta a atuação das equipes de Saúde do município na orientação dos jovens. “Os índices são altos e é preciso atuar diante desta realidade. Contamos com as equipes de enfermagem que fazem palestras nas escolas, levando as orientações sobre o assunto. Frente aos casos de gestação, fazemos o acompanhamento pré-natal, oferecendo todo o suporte necessário”, afirma Danieli, reforçando a importância das ações por parte do setor público no aconselhamento quanto aos casos de gravidez precoce. “Estamos sempre à disposição para receber os jovens que buscam orientações sobre o assunto”, conclui.

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