Referência no combate ao câncer, o Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, registrou entre os anos de 2010 e 2014, 11.383 casos admitidos. Destes, 6.915 foram em mulheres e 4.468 em homens. No geral, o tumor mais comum é o de pele, contabilizando 2.224. Entre as mulheres, o câncer com maior registro é o de mama, enquanto que nos homens é o de próstata. Este levantamento mostra ainda que 56,6% dos pacientes são adultos, enquanto que 40,9% são idosos, 1,6% crianças e 0,9% adolescentes.
Um dos médicos especialistas do Hospital Erasto Gaertner, o oncologista clínico Doutor João Soares Nunes, destaca que a os exames de prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para a cura da doença. “Hoje, mais da metade dos meus pacientes descobriram o câncer em estágio avançado. Com isso, as chances de cura diminuem e o tratamento se torna mais agressivo”, pondera. Para o médico, o aumento da doença está relacionado ao envelhecimento da população, somado a mudança de hábitos. “Acredito que o tabagismo é um dos principais vilões, resultando na grande maioria dos casos de câncer de pulmão, cabeça, pescoço e bexiga”, pontua, citando outras dificuldades. “O grande problema é o tratamento de qualidade chegar ao paciente. Isso envolve uma equipe de profissionais especializados, mas no compasso de espera a doença evoluiu rapidamente”, salienta.
O câncer de pele é o que tem maior número de registros no Paraná. “Os primeiros sintomas são pintas na pele, que alteram de tamanho, cor e sangram. Para prevenir, principalmente quem trabalha na lavoura, deve passar protetor fator 30 e, se necessário, reaplicar, além de usar chapéu”, relata. Já o câncer de pulmão é considerado pelo médico como o que mais mata. “É uma doença silenciosa, que o paciente somente irá descobrir quando estiver em estágio avançado. Os primeiros sintomas são tosse com sangue, dores no peito e falta de ar”, relata.
Mesmo com toda a dificuldade, o médico salienta que o paciente precisa manter a esperança. “A pessoa enferma deve saber que a família adoece junto e está ali para dar o amparo necessário. Não se pode desistir, a medicina e o tratamento tem avançado ano a ano. Em alguns casos, quando não há possibilidade de cura, é possível o paciente viver mais tempo e ter uma qualidade de vida melhor”, concluiu.
A redação de O Regional entrou em contato com as Secretarias Municipais de Saúde para obter o número de pacientes em tratamento contra o câncer. Em Rio Negro, a prefeitura atende 191 casos, já em Agudos do Sul são 56 pacientes, em Campo do Tenente 35 e em Piên 29 casos. Vale ressaltar que estes números são unicamente dos pacientes que utilizam transporte e são atendidos pelo SUS. Na Lapa, a secretaria somente repassou o número de pacientes que recebem medicação, totalizando 38. As demais cidades não souberam informar.