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Abandono dos animais preocupa entidades da região

Centenas de animais estão em situação de abandono. Foto: Divulgação

Abandono de animais de estimação aumentou durante a pandemia, apontam dados do Instituto Brasil Pet e da Ampara Animal

O abandono de animais cresceu com a pandemia em 13,5% segundo o Instituto Brasil Pet. As organizações não governamentais abordam que embora tenha crescido o aumento da adoção de cães e gatos em 50%, o abandono cresceu 61% entre os meses de junho de 2020 e março de 2021, segundo os dados da Ampara Animal.

Em Piên, uma das entidades que desenvolve um trabalho em prol dos animais é a MIA (Movimento Independente pelos Animais). Segundo um dos responsáveis pela instituição, Ludgero Wotroba Mandrik, o principal objetivo do movimento é proteger os animais abandonados e maltratados, auxiliando com o atendimento veterinário. Segundo Ludgero, a MIA atua com ações de conscientização da população, que precisa entender a importância da castração dos animais e denunciar à polícia casos de maus tratos e abandono.

A associação MIA atua no auxílio para que os animais sejam vacinados e também buscam novos lares para os que são abandonados ou colocados para adoção . A entidade também prevê para este ano, inserir um projeto nas escolas. “Nossa ideia é passar em todas as salas de aula, explicando o que fazemos, em que área atuamos, explicar para as pessoas o que deve ser feito quando se deparar com uma situação de abandono”, explica.

Ludgero comenta a importância da adoção consciente. “A gente precisa que as pessoas se conscientizem, tenham uma posse responsável. Refletir se há tempo e espaço para cuidar dos animais. É preciso ressaltar também se a pessoa que deseja adotar terá tempo de brincar com seus animais”, aborda, pedindo que quem deseje adotar entenda a responsabilidade que é necessária no ato de ter um animal.

Segundo Graziela Prado, integrante da MIA, um dos principais desafios enfrentados pelo movimento é a superlotação das casas onde ficam estes animais, que por falta de um lugar próprio, acabam ficando em lares temporários dos próprios voluntários. “As pessoas nos ligam relatando os abandonos de animais e nós não temos onde abrigar estes animais. A gente não tem condições de resgatar novos animais e sim auxiliar na divulgação para adoção destes bichinhos”, comenta Graziela. Segundo ela, as redes sociais auxiliam muito no trabalho de novas adoções.

A presidente da ONG DNA Animal, de Fazenda Rio Grande, Andréa Barth, explica que a entidade funciona há 6 anos, resgatando, castrando e encaminhando animais para lares responsáveis dos animais. “Nosso principal objetivo é a redução populacional de animais domésticos que sofrem com o abandono, ou seja, trabalhar a conscientização em relação a castração, bem estar e direito dos animais. Somente assim iremos reduzir o número de animais sofrendo com o abandono, fome, frio, maus tratos e todos os riscos que estão sujeitos”, comenta.

A presidente afirma que por conta da necessidade do município, está fazendo resgates somente. “Atendemos cães em situação crítica, doentes, atropelados, casos de maus tratados e situação de cio. Batalhamos diariamente para manter o abrigo, trabalho que fazemos de forma voluntária e somente com doações”, desabafa. Andréa afirma que não é possível recolher todos os animais, por falta de estrutura. Hoje, a DNA Animal está com 150 cães que ficam em um espaço precário.

Segundo Andréa, o ideal seria castrar os animais e os destinar para doação, mas nem sempre isso é possível. “Temos mais cães entrando, precisando de ajuda do que cães sendo adotados. A pandemia fez as adoções e doações caírem. A ONG sobrevive apenas de doações, não temos ajuda financeira da prefeitura ou governo”, explica a presidente.

Entre os principais desafios da entidade está a falta de ração (os cães consomem em torno de 60kg dia), falta de medicamentos, falta de voluntários, produtos de limpeza e caronas solidárias. A falta de políticas públicas para o controle da população animal, falta de castração, falta de fiscalização para os casos de maus tratos são questões apontadas pela presidente da ONG, que pede para a população ter mais compaixão e respeito pelos animais.



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