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A velha mania de “passar a batata quente”

Há muito tempo presenciamos um debate na sociedade quanto ao transporte público. Primeiramente vale sempre destacar que toda a gestão pública séria deve prestar total atenção para que o mesmo seja de qualidade, seguro e com tarifa que induza a sua utilização por parte da população. As cidades não podem mais privilegiar o transporte individual até por questão de saúde seja ela física ou mental.

O sistema de transporte intermunicipal da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) compete ao órgão metropolitano, a Comec. Os sistemas locais de cada município devem ser realizados por suas administrações locais. Atualmente, temos terminais de passageiros em Almirante Tamandaré (Terminal de Almirante Tamandaré e Terminal Cachoeira), Araucária (Terminal Vila Angélica e Terminal Central de Araucária), Campina Grande do Sul (Terminal de Campina Grande do Sul), Campo Largo (Terminal de Campo Largo), Colombo (Terminal Maracanã, Terminal Guaraituba e Terminal Roça Grande), Fazenda Rio Grande (Terminal de Fazenda Rio Grande), Pinhais (Terminal de Pinhais), Piraquara (Terminal de Piraquara), Quatro Barras (Terminal de Quatro Barras), São José dos Pinhais (Terminal Afonso Pena e Terminal Central de São José dos Pinhais).

A grande maioria destas pessoas que transita pelos terminais destes 10 municípios se desloca para Curitiba a fim de trabalhar e, no final do dia, retornar aos seus lares com o sustento para os seus filhos. Precisamos desenvolver políticas que tragam desenvolvimento para todos os 29 municípios da RMC. O indivíduo que perde pelo menos 2 horas de seu dia dentro de um ônibus perde qualidade de vida. Necessário é gerarmos emprego nas cidades de origem para diminuirmos este impacto na saúde das pessoas e das cidades que têm sido sufocadas pelo trânsito caótico em horários de pico. Logicamente que os governos federal e estadual devem induzir este desenvolvimento, porém compete também aos municípios estruturarem em suas gestões equipes com a capacidade de prospectar oportunidades de negócios que possam beneficiar a sua população. Está na hora de pegar a “batata quente” e fazer um purê deixando de entregar ela para os outros.

Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec

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